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Casa Haras

Arquitetura | Interiores

Status | Construído

Local | Monte Mor/SP

Ano | 2014

Área do terreno | 1600 m²

Área do projeto | 456,60 m²

Arquitetura e Interiores | 24 7 Arquitetura

Arquitetos | Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca, Inácio Cardona

Co-arquiteta de interiores | Claudia Strutz

Projeto de Arquitetura | Nicolas Meireles

Projeto de Interiores | Claudia Strutz

Estrutura | WGA Engenharia

Elétrica e Hidráulica | Solar Engenharia

Iluminação | Vertz Iluminação

Paisagismo | Leticia Fortuna Paisagismo

Fotos | Adriano Pacelli

O dia a dia agitado nos grandes centros urbanos impulsiona famílias a buscarem um refúgio para a tranquilidade nos finais de semana. Para nossa sorte, o terreno escolhido dentro de um haras no interior de São Paulo, concentrava uma séria de aspectos positivos para a concepção do projeto: vistas, lote com grandes dimensões, orientação solar, generosos recuos, % alta de permeabilidade do solo, ausência de muros de divisa, porém uma exigência no regulamento de obras do condomínio, com relação à cobertura das casas pegou os clientes de surpresa.

As referências do casal que acabara de passar as férias em uma vinícola de arquitetura contemporânea e influenciados por um de nossos projetos recém-publicado na época, buscavam uma casa com volumetria que ocultasse os telhados, porém o regulamento do condomínio não permitia o uso de lajes planas, tampouco telhado embutido. Seria a nossa primeira casa com telhados aparentes. O programa de necessidades requerido e o tamanho do terreno, tinha a proporção exata para o que acreditávamos ser o ideal para uma casa térrea com bastante área livre para o convívio externo, e assim o fizemos.

Assim, a Casa Haras surge de uma implantação em pavilhão constituída por 3 volumes: dois paralelos, com orientação NE- SO e um terceiro perpendicular de ligação com orientação NO-SE, como um “H”. A ideia partiu do desejo de ter a área de lazer central aos demais espaços da casa, e, com a implantação sugerida, conseguimos criar duas áreas de convívio externo: uma principal com deck e piscina, e outra secundária, com spa, espelho d’água e um fogo de chão que, apesar de separadas pelo volume perpendicular, estão conectadas visualmente pela transparência das portas de correr de vidro.

O pavilhão da fachada principal recebe basicamente a distribuição da área de serviço + garagem, e é por onde também acontece o acesso social da casa. Uma porta de vidro na fachada principal revela o hall de entrada da moradia e mais nenhum outro ambiente, apenas uma parede de pedra ao fundo e painéis de madeira nas laterais, que ocultam uma adega e um ambiente de chapelaria para as visitas. O pavilhão central, envidraçado em ambos os lados, concentra uma extensa área social com sala de jantar e uma ampla sala de estar com lareira, proporcionando uma sensação de inserção plena ao conjunto de lazer da casa. Já o terceiro pavilhão concentra a ala mais íntima com 4 suítes e uma sala de tv. A varanda externa, comum a todos os quartos, possibilita uma circulação mais direta aos aposentos da casa, já que elimina a necessidade de transitar pelo corredor interno, deixando a circulação mais dinâmica e a casa mais integrada ao lazer.

A distribuição térrea do programa da casa confere a todos os ambientes uma sensação de continuidade além do limite construído, já que todos possuem relação visual direta através de portas de correr envidraçadas com os mais de 1150 m² de terreno livre descontados da área construída da casa. O alto índice de permeabilidade do solo, na ordem de 60%, garantiu uma área generosa para o paisagismo que abraça a casa pelos recuos frontais, laterais e de fundo, e avançam pelo núcleo central desconstruído. A volumetria simples e a pureza do telhado de duas águas em todos os 3 blocos da casa foi fortalecida pela decisão de enterrar o volume da caixa d’água debaixo do deck da piscina. Esta intenção acabou contribuindo de forma significativa com a harmonia do conjunto e com o desejado aspecto de casa de campo, que ficou ainda mais fortalecido pelo uso de materiais naturais, como o revestimento de pedra nas empenas das paredes e o uso da madeira nos painéis de portas e ripado da fachada.

Sustentabilidade

Nosso objetivo é sempre fazer com que o conjunto de decisões tomadas na fase de projeto ajude a atingir a zona de conforto térmico (entre 19 e 23 graus) no interior da edificação, sem o uso de dispositivos mecânicos e/ou artificiais. Acreditamos que a maior parte da sustentabilidade em um edifício está relacionado ao correto projeto arquitetônico, visando responder a uma séria de questões como as encaradas neste projeto:

A) Implantação do edifício com relação a forma e disposição em relação ao sol: os pavilhões estão orientados a NE – SO e NO – SE, minimizando os ganhos de calor no verão.

B) Orientação dos vidros: quando mantidos fechados podem acumular calor de forma passiva e quando abertos, permitir a ventilação cruzada de modo a expulsar o calor. Os demais vidros possuem, na maioria das vezes, painéis ripados de madeira que controlam o nível de exposição solar desejado e, na parte do pavilhão central, conseguem rejeitar parte do calor através das películas de proteção solar.

C) Sistemas de sombreamento: todas as portas de correr de vidro dos dois pavilhões NE – SO possuem painéis ripados de madeira com aberturas independentes a sua frente, que funcionam de maneira a filtrar a maior parte da radiação solar nas fachadas.

D) Otimização dos recursos naturais de maneira para atingir níveis de iluminação e ventilação naturais relevantes: todos os ambientes de permanência possuem ventilação cruzada e iluminação natural durante o dia, minimizando a necessidade do consumo energético para resfriamento e iluminação.

E) As envoltórias são constituídas de blocos cerâmicos, ora rebocados, ora revestidos de pedra natural, o que garante um retardo térmico maior. Já, nos ambientes sociais, o uso de muito vidro nas portas de correr é mais suscetível aos ganhos de calor, porém elas funcionam com ventilação cruzada em toda sua extensão, devendo serem mantidas abertas no verão e fechadas durante o inverno para aquecimento passivo da temperatura interna.

F) O grande volume de água da piscina no núcleo central da casa de um lado e o espelho d’água do outro lado possibilitam o resfriamento evaporativo, auxiliando na redução da temperatura no interior dos espaços, ao mesmo tempo em que aumentam a umidade relativa do ar nos meses mais secos e quentes.

G) O Sistema construtivo misto de metálica e concreto com fechamento em bloco cerâmico possibilitou que a estrutura da casa fosse montada de maneira mais rápida e sem desperdícios de material devido ao maior nível de industrialização de parte dos componentes da residência.

Tais estratégias representam as ações mais baratas e de maior impacto no aumento do nível de sustentabilidade do edifício.

Materiais e tecnologias

Em um segundo momento após o enfrentamento das decisões projetuais, discutimos sobre as tecnologias que podem ser incorporadas no projeto. Estas envolvem investimentos com payback a médio e longo prazo e podem ser incorporadas à edificação de maneira a aumentar o nível de sustentabilidade do empreendimento (aquecimento solar, energia solar fotovoltaica, cisternas para reutilização de águas pluviais, estação de tratamento de esgoto, etc.).

Como se trata de uma casa de campo com uso limitado apenas aos finais de semana, entendemos que boa parte das tecnologias teriam um impacto bem menor no nível de sustentabilidade do empreendimento ao mesmo tempo que aumentaria muito o custo da construção. O projeto da casa de campo faz uso de poucos elementos distintos, porém na maior parte são materiais naturais como madeira e pedra.

Materiais de revestimento

  • Forro de madeira cumaru
  • Madeira laminada colada de pinus-ripados da fachada
  • Pedra natural como revestimento das paredes externas e internas, além dos calçamentos
  • Telhado de madeira Itaúba

 

Tecnologias

ETE: A casa possui uma estação de tratamento de esgoto particular que possibilita a remoção da matéria orgânica presente no esgoto (DBO) de 90 a 96%, transformando em agua tratada e desinfetada.

Cisterna: O reaproveitamento da água da chuva é feito através de uma cisterna que recolhe a água da chuva e retorna para o jardim através do sistema de irrigação automatizada.

Sistema construtivo misto: A casa é um misto de estrutura de concreto e estrutura metálica nos pilares, vigas e estrutura para o telhado, aumentando o grau de industrialização.

Janela de telhado: As janelas de madeira se encontram nos telhados, conferindo iluminação e ventilação a todos os banheiros e lavabos da casa.

A casa possui iluminação e ventilações naturais abundantes e estimulam o convívio entre os moradores. O correto uso e operação dos sistemas por parte do usuário deve andar junto, caso contrário não adiantará muita coisa.

Paisagismo

O paisagismo da casa Haras possui papel fundamental, tanto de ambientação dos espaços externos, quanto para garantir a privacidade nas áreas de convívio. As plantas criam o cenário em praticamente todos os ambientes da casa que estão intimamente ligados aos jardins.

O foco principal na escolha das espécies foi respeitar a vegetação nativa do local, bioma cerrado e mata atlântica, tanto para criar um ambiente mais natural e despojado, quanto para a questão de adaptação ao clima e interação com o meio, provendo alimento e refúgio para a a fauna.

O jardim contempla espécies vegetais ameaçadas de extinção, como o palmito juçara (Euterpe edu- lis) e algumas plantas raras, como o Angelim doce (Andira fraxinifolia) e Ipê Verde (Cybistax antisyphilitica), além de árvores frutíferas brasileiras, como a Jabuticabeira (Plinia caulifora), Cambuci (Campomanesia phae) e Grumixama (Eugenia brasiliensis).

Os canteiros são repletos de forrações e arbustos com florescimento em diferentes épocas do ano e também plantas aromáticas.

Uma das premissas foi criar um ambiente em equilíbrio, que demanda menos interferência de manutenção e com irrigação automatizada abastecida por uma cisterna que coleta água da chuva.

O jardim da Casa Haras, portanto, não é somente decorativo, para contemplação das ores e cores. Ele deve ser sentido através dos aromas e das sombras das árvores, e degustado colhendo-se as frutas direto dos pés, proporcionando uma interação com as pessoas, assim como interage com a arquitetura.